Objetivos:avaliar, no primeiro e segundo trimestres da gravidez, a correlação entre o comprimento do colo uterino e a ocorrência de parto prematuro espontâneo. Métodos:em 641 grávidas do pré-natal geral, a medida do comprimento do colo uterino foi realizada em dois momentos: entre a 11ª e a 16ª e entre a 23ª e a 24ª semana da gravidez. A avaliação do colo uterino foi feita pela ultra-sonografia transvaginal, com a grávida em posição ginecológica e tendo realizado previamente esvaziamento da bexiga. O comprimento do colo uterino foi medido linearmente do seu orifício interno ao externo. A medida do comprimento do colo uterino foi correlacionada com a idade gestacional no momento do parto. Para comparação das médias do grupo de grávidas que tiveram parto prematuro e a termo utilizamos o teste t de Student. A sensibilidade, especificidade, taxa de falso-positivos, falso-negativos e acurácia para o parto prematuro foram calculadas para os comprimentos de colo menores ou iguais a 30 mm, 25 mm e 20 mm. Resultados:a medida do comprimento do colo uterino entre a 11ª e a 16ª semana de gestação não apresentou diferença significativa entre o grupo de parto prematuro e o grupo a termo (40,6 mm e 42,7 mm, respectivamente, p=0,2459). A diferença entre os grupos, no entanto, foi significativa quando o colo foi medido entre a 23ª e a 24ª semana de gravidez (37,3 mm para o grupo que evoluiu com parto prematuro e 26,7 mm para o grupo a termo, p=0,0001, teste t de Student). Conclusões:o comprimento do colo uterino entre a 11ª e a 16ª semana de gravidez não foi significativamente diferente entre as gestantes com parto prematuro ou a termo. No entanto, na 23ª e 24ª semana esta diferença foi significativa, podendo ser um método de predição da prematuridade.
Purpose: to evaluate, in the first and second trimesters of pregnancy, the correlation between cervical length and spontaneous preterm delivery. Methods: cervical length was evaluated in 641 pregnant women between 11-16 weeks' and 23-24 weeks' gestation. Cervical assessment was performed by a transvaginal scan with the patient with empty bladder in a gynecological position. Cervical length was measured from the internal to the external os. The gestational age at delivery was correlated with the length of the cervix. To compare the means in groups of pregnant women who had a term or preterm delivery, we used Student's t test. Sensitivity, specificity, false-positive and false-negative rates, and accuracy were calculated for cervical length of 20 mm or less, 25 mm or less and 30 mm or less in the prediction of preterm delivery. Results: the measurement of cervical length, between 11 and 16 weeks of pregnancy, did not show any statistically significant difference on comparing women who had preterm and term delivery (40.6 mm and 42.7 mm, respectively, p=0.2459). However, the difference between the two groups at 23 to 24 weeks was significant (37.3 mm in the group who delivered prematurely and 26.7 mm in the term group, p=0.0001, Student's t test). Conclusion: there was no significant difference in cervical length, at 11 to 16 weeks, between pregnant women who had a preterm and term delivery. However, at 23 to 24 weeks, cervical length was significantly different between the two groups, and this measurement might be used as a predictor for prematurity.